quarta-feira, 13 de abril de 2011

To My Neighbour Across the Street

She stares at me from over yonder
God, I can't stand it any longer.
A little man, a yellow house,
A woman lank and nauseous.
Since Inspiration could take flight,
I'd better pull the blind down--tight.

Karl Marx, A Book of Verse, 1837

terça-feira, 5 de abril de 2011

Raul Seixas Eu também vou reclamar

quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura.

quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura.quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura. quero ser a tua contra-cultura, deixa-me ser a tua contra-cultura.

domingo, 27 de março de 2011

Esplanada

Naquele tempo falavas muito de perfeição,
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
Envelhecemos todos, tu, eu e a discussão.

agora lês saramagos & coisas assim
e eu já não fico a ouvir-te como antigamente
olhando as tuas pernas que subial lentamente
até um sítio escuro dentro de mim.

O café agora é um banco, tu professora do liceu;
Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu.
Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes,
e não caminhos por andar como antes.

Manuel António Pina

terça-feira, 22 de março de 2011

Revolution - The Beatles

"The first thing I did was make a mistake. I thought I had understood capitalism, but what I had done was assume an attitude -- melancholy sadness -- toward it. This attitude is not correct. Fortunately your letter came, at that instant. "Dear Rupert, I love you every day. You are the world, which is life. I love you I adore you I am crazy about you. Love, Marta." Reading between the lines, I understood your critique of my attitude toward capitalism. Always mindful that the critic must "studiare da un punto di vista formalistico e semiologico il rapporto fra lingua di un testo e codificazione di un -- " But here a big thumb smudges the text -- the thumb of capitalism, which we are all under. Darkness falls. My neighbor continues to commit suicide, once a fortnight. I have this suicides geared into my schedule because my role is to save him; once I was late and he spent two days unconscious on the floor. But now that I have understood that I have not understood capitalism, perhaps a less equivocal position toward it can be "hammered out." My daughter demands more Mr. Bubble for her bath. The shrimp boats lower their nets. A book called Humorists of the 18th Century is published."

Donald Barthelme, "The Rise of Capitalism" from Sixty Stories daqui

segunda-feira, 21 de março de 2011

"Flower should be forbidden to children" Slavoj Zizek dá as boas vindas à Primavera

O Comité Central sem Partido


"Como cada um de nós era vários, era já uma multidão considerável"
 
Gilles Deleuze e Félix Guattari em Mil Platôs - Capitalismo e Esquizofrenia


Está fundado o Comité Central, instalado confortavelmente em cima da primavera e das revoluções quotidianas mundiais. Este é um comité central que não foi eleito nem representa ninguém. Somos o Comité Central sem partido, sem povo e sem capital. Autocrática e autotelicamente constituímo-nos como o nosso próprio povo, o nosso próprio lobby, a nossa própria repressão contra nós mesmos e o nosso próprio regime. Queremos inaugurar a era da política masoquista e do egoísmo esclarecido.

A data da fundação deste Comité Central não é ocasional ou arbitrária. Hoje, dia 21 de Março, a OMS comemora o dia do Sono; na Jordânia, Líbano, Síria e Iêmen comemora-se o dia das Mães; é o primeiro dia do Zodíaco e comemora-se o dia mundial da astrologia; a UNICEF comemora o dia mundial da infância e a UNESCO comemora o dia mundial da poesia.

Assim, apresentamos uma moção de solidariedade para com a sonolência, os signos do Zodíaco, as crianças e os filhos dos outros, a poesia, a primavera e a as mães da Jordânia, Líbano, Síria e Iêmen. Queremos ainda dar os parabéns ao Napoleão Bonaparte e à india nativa Pocahontas que fazem anos hoje.

O Comité Central começa hoje a sua actividade e queremos ansiosa e calmamente ser incómodos e apelativos, chocantes e pacifistas, subversivos e ortodoxos, ambivalentemente revolucionários e alegremente imersos em contradições internas. Assim, muy democrática e autoritariamente propomos moções, poemas, flores, discursos, lírios e delírios, músicas e hinos, propostas de lei, perfumes, reformas e legumes.

Somos romanticamente progressistas e idealisticamente revolucionários. Não somos da esquerda liberal e moderada, nem somos da esquerda burocrata e repressiva nem sequer da esquerda radical. Somos sim, da esquerda lírica e bucólica!

Comité Central